AVIVAMENTO ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO EF. 5.18 PARTE 6 FINAL
6. RESULTADOS DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL
A terceira lei de Newton afirma que a toda
ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido
oposto. Em todos os exemplos que verificamos até agora acerca do Avivamento,
podemos dizer que a ação do Espírito Santo na vida do crente produz também uma
reação, e sempre oposta, no sentido de que, quando o Espírito Santo reveste ao
homem, este sai naturalmente da sua inércia para um estado de fervor
espiritual. Neste nosso último tópico vamos tratar do que chamamos de resultado
de um Avivamento Espiritual.
Veremos isto a luz do livro de
Neemias. A ênfase no livro de Neemias é
de reconstrução, não apenas dos muros de Jerusalém, mas principalmente a
reconstrução de uma nação esfacelada, decadente, que se encontrava em grande
apuro e miséria – esse era seu desafio. Em Neemias 8 vimos como o espírito
renovador começou com fome da Palavra. Quando a Lei foi lida, produziu uma
profunda convicção da necessidade de confissão nos corações dos que ouviram. O
povo arrependeu-se de seus pecados e submeteu-se ao Senhor. No capítulo 9,
encontramos uma das mais belas orações de confissão de toda Bíblia. Israel fez uma
retrospectiva de sua história e viu o quanto pecara, mas também viu o quanto
Deus é bom. Numa atitude de contrição e quebrantamento, o povo olhou para o
passado, a fim de ver onde tinha caído e de não repetir mais os mesmos erros. Na
lição de hoje, vamos refletir sobre os resultados do avivamento que o povo
israelita experimentou após a reconstrução dos muros de Jerusalém. Quais foram
os resultados do genuíno avivamento experimentado pelo povo?
Neemias diz que a festa já havia terminado, mas o povo ainda permanecia na cidade e desejava ouvir mais da palavra de Deus. Havia fome da Palavra. Os banquetes transformaram-se em jejum e as vestes festivas foram trocadas por pano de saco (v. 1). À medida que a Palavra os convencia da culpa, o povo sentia cada vez mais a necessidade de confessar os seus pecados a Deus. O arrependimento está intimamente ligado a uma profunda tristeza pelo pecado e a um desejo intenso de mudança – 2 Coríntios 7:9,10. Por isso, quando confrontados com seus pecados, os filhos de Israel “se reuniram, jejuaram, vestiram pano de saco e puseram terra sobre sua cabeça” (v. 1, NVI). Cobrir-se com pano de saco é um sinal de tristeza (Gn. 37:34), humilhação (1Rs 21:27), desespero (2Rs 19:1) e angústia (Et 4:3). O gesto de ‘por terra sobre a cabeça’ completava a expressão de tristeza e arrependimento. Essas reações eram o resultado de um profundo e genuíno avivamento espiritual, que vinha da alma, de um coração arrependido e contrito. Este avivamento não provocou apenas movimentos, cânticos e celebrações festivas, mas, principalmente, arrependimento e confissão de pecados. Pecado e alegria são coisas incompatíveis; não há espaço para a alegria enquanto o pecado não confessado reside no coração do discípulo de Cristo – Salmo 32;3,4.
6.2 Separação de tudo aquilo que Deus
condena
Os sinais do arrependimento também foram
acompanhados de atitudes concretas. O povo de Israel tomou decisões firmes e de
grande significado espiritual. Na verdade, o avivamento produzido pela Palavra
de Deus sempre vem acompanhado de atitudes que o refletem – e é isto o que Deus
espera de nós – Pv 28:13. O texto informa que “os descendentes de Israel se
separaram de todos os estrangeiros” (v. 2, BV). Não se trata de alienação, de
viver sem contato ou sem se relacionar com pessoas que ainda não são discípulos
do Senhor, como muitos assim pensam. Havia mandamento do Senhor quanto a isso:
“Não andeis nos costumes da gente que eu lanço de diante de vós” – Lv 20:23. Os
estrangeiros aos quais o texto faz menção são os cananeus, um povo envolvido
com todo tipo de idolatria e práticas pecaminosas, e com quem o povo de Israel
se misturara desde a saída do Egito, por meio de casamentos mistos. Essa
mistura levou o povo de Israel à idolatria. Esta mistura ainda se observava nos
dias de Neemias.
Assim, quando o avivamento chegou, o
povo apartou-se dos povos estranhos, das suas práticas e de seus deuses.
Tomaram essa decisão porque lhes fora ensinado por meio da leitura e explicação
da Palavra de Deus que tal prática era abominação ao Senhor. Como
podemos, hoje, conviver com pessoas que não temem a Deus e evitar as práticas e
os costumes que podem nos afastar do Senhor? Veja 1 Co 5:9,10, Rm 12:1,2, Tg
4:4, 1 Jo 2:15-17.
O povo também dedicou algum tempo à confissão de seus pecados e buscou o perdão do Senhor (v. 2). A comemoração anual do Dia da Expiação já havia passado, mas os adoradores sabiam que precisavam ser constantemente purificados e renovados pelo Senhor. Um elemento fundamental no processo de arrependimento é a confissão de pecados. Não se trata apenas de um reconhecimento superficial de culpa, mas sim de expor o pecado, sem reservas. É admitir para si mesmo seus erros e procurar corrigi-los (quando possível). Um bom exemplo é a confissão do Rei Davi: “Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri minhas culpas” – Sl 32:5 (NVI). Confessar é declarar-se culpado diante de Deus. O povo estava agora assumindo diante de Deus que havia pecado, e eles não só confessaram suas culpas, mas também a de seus antepassados; ou seja, reconheceram que estavam repetindo os mesmos pecados cometidos por seus pais. E decidiram abandonar esses pecados.
6.4 Valorização da Palavra de Deus
Neemias diz que o culto que
aconteceu no dia 24 daquele mês foi diferente e especial: houve três horas de
pregação e três horas de oração de confissão (v. 3). O reconhecimento da culpa
e a consequente confissão só se tornaram possíveis depois que ouviram e
refletiram sobre a Palavra de Deus. Esta tem sido, ao longo do tempo, a
responsável pelos mais notáveis despertamentos espirituais. Se quisermos
experimentar um verdadeiro avivamento espiritual, precisamos começar por dar
primazia à Palavra de Deus em nossa igreja, em nossa célula, em nossa família e
em nossa vida. O conhecimento das Escrituras provocou um claro entendimento da
ação de Deus na História. Deus está ativo na história do seu povo e na história
das nações – e quer, também, agir na nossa história, seja como indivíduos, seja
como nação.
Chegamos
ao fim da nossa jornada, o tema abordado não se resume apenas nas poucas linhas
deste estudo. Avivamento hoje, é uma necessidade urgente, contudo, observamos
que boa parte daquilo que precisamos depende de nós mesmos por isso vale a pena
lembrar do que as Escrituras Sagradas nos ensinam: 2 Crônicas 7:14 está escrito: “...se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos,
então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. Que
Deus nos ajude a alcançar esse tão sonhado avivamento no século XXI. Você está
disposto a entrar nesta luta?
Esta apostila foi
escrita por: Ev. Marcos Moraes de Paula Marcos (2023).
BÍBLIA.
Bíblia de Estudos Pentecostal. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo:
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https://revistaimpacto.com.br/avivamento-coletivo-como-acontece/.
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SOLI
DEO GLORIA!
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