AVIVAMENTO “ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO” EF. 5.18 PARTE 2
2. A NECESSIDADE E DE UM AVIVAMENTO
2.1 Por que o Avivamento é necessário
hoje?
A necessidade de um avivamento se dá pelos
mesmos problemas que houveram em tempos passados, o esfriamento espiritual.
Mas, o que é esfriamento espiritual? O esfriamento espiritual pode ser explicado
como a perda do entusiasmo pelo Evangelho, a perda do primeiro amor como no
caso da igreja de Éfeso (Ap. 2. 4), o esfriamento se traduz também no
distanciamento que a pessoa tem de nosso Senhor Jesus Cristo, da meditação na
Palavra de Deus e principalmente como já visto, no abandono de uma vida de
oração e na frequência nos cultos. Qualquer cristão está sujeito a perder o
fervor na fé, a esfriar-se. A igreja como corpo místico de Jesus é um organismo
vivo e tem por obrigação manter a sua temperatura espiritual em dia para viver
o fervor espiritual, pois as batalhas com o reino das trevas são intensas e o
crente necessita estar sempre fervoroso na sua fé em Cristo para vencê-las.
A frieza espiritual é,
sem dúvida, uma das piores situações na vida do crente, quando este perde o
fervor espiritual outras coisas sorrateiramente vão ocupando o lugar que deve
ser ocupado somente por Deus, e tudo isso começa com a negligência na oração e
meditação na Palavra de Deus como já mencionado neste estudo, outra dificuldade
é quando damos ouvidos a famosa ideia de que “não tem nada a ver”. A realidade
é que ninguém se esfria na fé da noite para o dia; é um processo longo que
aponta para um descuido diário e gradativo de uma vida consagrada ao Senhor.
Em Lucas 8 Jesus contou
uma parábola acerca do semeador é interessante observar, o Senhor compara a
pregação do Evangelho a uma semeadura e diz que os resultados sempre variam de
acordo com o terreno (coração), onde a semente é semeada. O Senhor ensina nesta
parábola que não depende do semeador ou da semente (Palavra de Deus) para
obtermos uma boa colheita. O grande foco é em que terreno está semente é sendo lançada.
Às vezes parece que os corações dos crentes hoje parecem ser como terrenos
cheios de espinhos. Estes são crentes
que levam uma vida cristã sufocada com os prazeres deste mundo. Levam uma vida
mista, querendo agradar a Deus e ao mundo. São aqueles que receberam a palavra,
receberam o chamado, mas sempre alegam que há algo que ainda precisam resolver,
antes de viver para Deus. Porém, quando se dão conta estão presos a um
esfriamento e pouca forças tem para retomar a vida cristã fervorosa.
2. 2 Qual o objetivo do Avivamento?
Quando pensamos em um ou mais objetivos para um
Avivamento Espiritual, as propostas divergem. Porém, um fato, todos concordam,
o Avivamento sempre vem com o propósito de tirar o povo de Deus de uma crise
letárgica. E este sono profundo, pode ter sido provocado pela a inércia, pelos
desvios doutrinários, ortodoxia morta etc. Contudo, alguns autores nos
apresentam objetivos distintos, Andrade, (2004) p. 41 declara: “o principal
objetivo do Avivamento é manter a Igreja como agência por excelência do Reino
Deus. É preservar-lhe as características de movimento. É arrancá-la ao denominacionalismo.
É compungi-la a reassumir aquela missão que lhe deu o Cristo de forçar as
portas do inferno. É conscientizá-la de que é na verdade, um organismo e não
uma organização que jaz sepultada em tradições meramente humanas”.
Concordamos com está
definição, pois a igreja como agência por excelência do reino de Deus, nos
indica que ela é a única autorizada por Deus como agência transformadora, ela
está equipada para ser a escada de Jacó, onde os anjos subiam e desciam (cf.
Gn.28.12), ou a arca de Noé, único meio naquele momento para a salvação dos
perdidos, a igreja hoje é a voz de Noé o pregoeiro da justiça (cf. 2 Pe. 2.5)
em que os homes ouvem o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, é na igreja em
que o Espírito Santo foi derramado e age com poder, é através dela que o reino
de Deus é anunciado vidas humanas, são transformadas é através dela que o mundo
percebe o testemunho de fé dos crentes. E para ser e cumprir todos esses objetivos
e continuar a ser esta agencia de Deus ela precisa ser e estar avivada.
Jones
(1992) p. 124 declara que o primeiro objetivo pela qual a igreja é de tempo em
tempos avivada diz ele: “a primeira razão que é dada. Deus faz isso de tempos
em tempos, Deus envia avivamento, como benção, sobre a igreja, para que Ele possa
fazer algo a respeito daqueles que estão do lado de fora. Ele está fazendo algo
que vai chamar a atenção de todos os povos da terra. Aqui precisamos entender,
está é a razão principal para que consideremos esta questão. Esta é minha razão
principal para chamar sua atenção a este assunto do avivamento, a buscá-lo e a
ansiar por ele. Portanto, está é a razão “a glória de Deus”.
Concordamos com Jones,
pois, tudo que realizamos tem que ser para a glória de Deus. É muito triste
observamos que muitos atualmente querem trazer a glória para si mesmos, e isto
é incorrer num grave erro, pois, “Eu sou
o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o
meu louvor às imagens de escultura” (Is. 42. 8) ARA. Desta forma, o objetivo de um avivamento tem
que ser a glória de Deus, pois quando fazemos tudo para a glória de Deus não há
espaço para glórias humanas e a ação do Espirito de Deus é plena. Jones ainda
nos chama a atenção para o motivo de orarmos; “a razão principal porque
deveríamos estar orando por um avivamento é que devíamos estar ansiosos por ver
algo acontecendo que chame a atenção das nações, de todos os povos, e os leve a
parar e reconsiderar seus caminhos”.
Vimos, duas definições
quanto ao objetivo do avivamento, na primeira definição o ponto de vista de
Andrade foi o de que o avivamento Tem por objetivo manter a igreja do Senhor
nos trilhos do proposito de Deus para ela, continuar a ser a agencia de Deus
pelo qual o evangelho é proclamado vidas são transformadas e o reino de Deus
será sempre a cada vez mais engrandecido. Na visão de Jones o principal
objetivo do avivamento é a glória de Deus máxima que é ensinada por toda a
Bíblia. Notamos que as duas definições não estão de forma nenhuma em
contradição, uma vez que, tudo o que realizamos em nossa vida tem que ser para
a glória de Deus e uma das maneiras mais brilhantes de glorificar a Deus é
sendo aquilo que Ele deseja que sejamos suas testemunhas. (Cf. At. 1. 8).
Portanto, o objetivo do
avivamento é sempre anunciar a glória de Deus em Cristo Jesus que deu a sua
vida em resgate do homem pecador que carrega em si uma condenação eterna, e
como se não bastasse é escravo do pecado, mas glórias a Deus porque podemos
anunciar “Quem comete o pecado é do
diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se
manifestou: Para desfazer as obras do diabo”. 1 Jo. 3. 8 ARA.
2.3 Por que o Avivamento não acontece?
Talvez
este seja o assunto mais delicado do nosso estudo, isto porque temos uma
tendência de achar que as coisas não estão tão ruins como poderíamos pensar, ou
às vezes simplesmente nos conformamos com a situação, e ainda falamos: “é assim
mesmo a bíblia diz...”. A questão é que, infelizmente, estamos muito acomodados
e as vezes satisfeitos com a situação, contudo, quando paramos e fazemos uma
análise com toda a sinceridade, observamos que a coisa não vai tão bem assim.
O escritor evangelista britânico Ravenhill
1989, p. 40 responde à pergunta; por que tarde o pleno Avivamento? Da seguinte
forma: “A resposta é muito simples. Tarda porque os pregadores e evangelistas
estão mais preocupados com dinheiro, fama e aceitação pessoal, do que levar os
perdidos ao arrependimento. Tarda porque nossos cultos evangelísticos parecem
mais shows teatrais do de pregação do evangelho. O avivamento tarda porque os
evangelistas de hoje têm receio de falar contra as falsas religiões”. É
impressionante a resposta de Ravenhill, uma vez que, é exatamente o que assistimos
acontecer nos dias atuais, onde encontramos muitos artistas de palco subindo
nos púlpitos das igrejas, dizendo – se pregadores do evangelho de Jesus Cristo,
cobram verdadeiras fortunas, entretanto, os resultados não são de almas
verdadeiramente tocadas pelo poder da Palavra e do Espírito e serem salvas, nem
mesmo vemos edificação na vida dos crentes, além de pregarem um Evangelho
distorcido, abusam de mensagens de alto ajuda.
Não obstante Ravenhill, ainda
destaca: “Por que não protestamos? Se tivéssemos metade da importância que
julgamos ter e um décimo do poder que pensamos possuir, estaríamos recebendo um
batismo de sangue, tanto quanto recebemos de água e fogo”. No início deste
estudo, pudemos observar o que é realmente um avivamento espiritual e os
elementos que são visíveis na vida das pessoas que por ele são alcançadas. Atualmente,
temos visto e ouvido sobre movimentos de avivamento, muito barulho, muito
ruído, porém, pouco poder e revestimento, e principalmente almas sendo tocadas
e salvas e outras edificadas. E ainda achamos que estamos fazendo muito para a
obra de Deus!
Tenho citado Ravenhill, pois quando
li o livro, “Por que tarda o pleno Avivamento” fiquei impactado, com a
atualidade do conteúdo, visto estarmos vivenciando, um contexto bem parecido,
ou talvez pior daquele descrito no livro. Outro fato que ele nos apresenta
quanto ao motivo do avivamento não chegar diz ele: “O avivamento tarda porque
não temos mais intensidade e fervor na oração.... Em nossas orações ainda não
resistimos até o sangue; não mesmo. Como diz Lutero, nem ao menos fizemos suar
nossa alma”. Oramos com uma atitude tipo “o que vier está bom”. Deixamos tudo
ao acaso. Nossas orações não nos custam nada. Nem mesmo demonstramos forte
desejo de orar. Fica tudo na dependência de nossa disposição, e por isso oramos
de forma intermitente e espasmódica”. É interessante notar que Ravenhill, ainda
destaca, algo que nós estamos sempre mencionando, sabemos que é real, porém,
não temos utilizado este recurso como antes, Ravenhill diz: A única força
diante da qual Deus se rende é a oração. Sabemos disso e por que temos orado
tão pouco, temos muitas atividades, estamos sempre preocupados em realizar
eventos, porém com tristeza, tremor e temor digo isto não temos mais sido a
igreja pentecostal de oração. Misericórdia Senhor!
Por fim, quero destacar outro motivo
apresentado por Ravenhill (1989) p. 43 que também me impressionou por sua
atualidade, apesar deste livro ter sido escrito 34 anos atrás, ele diz: “o
avivamento tarda porque roubamos a glória que pertence a Deus. Reflitamos um
pouco sobre essas palavras de Jesus: “Eu não aceito glória que vem dos homens”.
“Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros, e, contudo, não
procurais a glória que vem do Deus único? (Jo. 5. 41, 44). Este tem sido um dos
problemas que vivenciamos ainda hoje, ele ainda faz uma advertência; “Chega de
toda essa autopromoção nos púlpitos. Chega de tanto exaltar “meu programa de
rádio, minha igreja, meus livros... E os pregadores aceitam isso; não, eles já
o esperam. (E se esquecem de que só estão ali pela graça de Deus). É triste
observar, o quanto muitos hoje querem ser estrelas, alguns falam tanto de si
mesmos que parece não ter lugar para quem realmente merece a glória por direito
perpétuo o Senhor Deus.
Precisamos, tomar muito cuido com a
autopromoção ela é uma verdadeira abominação aos olhos do Senhor, se queremos um
avivamento espiritual, se faz necessário nos humilhar diante da soberana
presença do Senhor, pois só Ele é digno de toda honra e glória, louvor e
exaltação. A humildade deve ser o sinal distintivo de todo o povo de Deus,
ausência do orgulho de si mesmo, pois quem nos exalta é o Senhor; “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão
de Deus, para que a seu tempo, vos exalte”. (1 Pe. 5. 6) ARC. Portanto,
identificamos os problemas que resultam no adiamento ou no retardamento do
avivamento, que possamos estar verdadeiramente estar dispostos a lutar contra
esses males, pois, muito de tudo isso, nós também temos uma parcela de culpa.
Que Deus nos ajude a superar, reconhecer e lutar em oração, para que superemos
esse momento e o tão sonhado avivamento chegue, Aleluia! Quero terminar fazendo mais uma citação, do
livro de Ravenhill (1989) p. 44:
“O
evangelho é um fato, portanto, vamos expô-lo com simplicidade. O evangelho é
alegre; portanto, vamos falar dele com alegria. Ele nos foi confiado; portanto,
vamos expô-lo com fidelidade. É a manifestação de um momento infinito;
portanto, vamos expô-lo fervorosamente. Fala de um infinito amor; portanto
vamos expô-lo com sentimento. É de difícil compreensão para muitos; portanto,
vamos expô-lo com ilustrações. O evangelho é a revelação de uma Pessoa;
portanto vamos pregar a Cristo”. Ravenhill, (1989) p. 44.
Archibald
Brown
2. 4 Avivamento e seus elementos
Neste
tópico vamos trabalhar a questão dos elementos que envolvem um avivamento. É
interessante lembrar que Deus em sua palavra nos fala que nos últimos dias,
antes da volta de Cristo ele derramaria sobre todos o seu espírito, diz o texto
sagrado: “E nos últimos dias acontecerá,
diz Deus que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos
e as vossas filhas profetizarão e os vossos jovens terão visões e os vossos
velhos terão sonhos” (At. 2. 17) ARC,
essa promessa citada no primeiro discurso do apóstolo Pedro no dia de
Pentecostes, promessa em que o profeta Joel havia profetizado aproximadamente
830 a.C., é aceita como tendo início no dia de Pentecostes, contudo, por não
ter sido completa faltando alguns elementos como, “sinais e prodígios no céu, e
na terra...” alguns estudiosos entendem que ela terá seu cumprimento pleno e
total nos fins dos tempos.
Desta
forma, se estes estudiosos estiveram certos, ainda haverá um derramar do
Espírito de Deus pleno no final dos tempos, na vida de muitos cristãos a
pergunta é: quais serão os elementos que poderão e devem ser vistos que apontem
para essa realidade? Um avivamento precisa
trazer vida aqueles que já estão quase mortos espiritualmente ou até mesmo se perderam
na caminhada, bem como a unção que estava sobre sua vida. Vamos destacar aqui
alguns elementos elencados por Antonio Gilberto na bíblia que leva seu
comentário, no início desse estudo já citamos alguma coisa agora vamos ver na
integra, como este servo de Deus tratou de forma brilhante este tema no texto
de Habacuque capítulo 1.
Primeiramente
ele trata do ambiente em que se encontrava Judá: “ O profeta Habacuque escreveu o seu livro pouco antes do seu povo ser
subjugado pelos babilônios e levado em cativeiro. O povo de Israel vivia então
em grande declínio espiritual, como é evidente em passagens como (Hc 1.2-5). ” Vejamos
os elementos que o autor destaca:
1.Oração profunda
(v.1). Todos devem orar, e muito, por um avivamento poderoso, glorioso e
soberano. Todos os avivamentos da Bíblia e da história da igreja foram marcados
e conservados na atmosfera da oração, jejum, arrependimento, confissão
espontânea, quebrantamento de espírito, humilhação diante de Deus e santidade.
Há crentes que até oram bem quando em grupo; porém sozinhos, não. Primeiro
elemento fundamental é intensificar também a nossa oração intercessória pessoal
pela obra de Deus, como fez Habacuque.
2.A Palavra de Deus
(v.2). A Palavra de Deus abundante, fluente, poderosa, revigorante e renovadora
é o grande agente divino para o avivamento. Hoje a Palavra saiu dos púlpitos da
maioria das igrejas, e foi substituída ardilosamente por festas, shows gospel e
outras apresentações que não passam de "sacrifícios de tolos".
3.Louvor no Espírito
(v.3). Habacuque foi certamente um músico levita. Em 3.19, faz alusão a
"meus instrumentos de música”. Ele era um crente-músico, que dependia
primeiro da fé em Deus (2.4); e não primeiramente um músico-crente, que
dependesse primeiro da música. Quando teremos outra vez profetas de música
realmente sacra, bíblica e espiritual?
4.Temor
de Deus (v.2). Sem uma renovação espiritual constante, o crente
perde, aos poucos, o repúdio ao pecado, a sensibilidade para com as coisas
santas e o temor a Deus. Isso afeta seriamente seus valores espirituais,
principalmente a santidade de vida e a retidão no viver cotidiano.
5.Renovação espiritual. Que é
avivar espiritualmente? E uma operação soberana, irresistível e sobrenatural do
Espírito Santo na Igreja para trazê-la de volta ao real cristianismo bíblico
como retratado no livro padrão da Igreja - Atos dos Apóstolos. Ao avivar e
reavivar a sua Igreja, Ele salva os crentes inconversos, liberta os carnais,
opera prodígios, levanta os caídos. E mais: multidões são batizadas com o
Espírito Santo, os crentes buscam a santificação, os perdidos clamam pela
salvação em Cristo Jesus (como nos avivamentos de Mt 3.1-5; At 16.30),
prevalecendo sempre o espírito de unidade de alma entre os crentes e não apenas
união externa, egoísta e efêmera. (Ver Jo 6.66-67).
Segue na próxima postagem.
0 comentários:
Postar um comentário
Todos os comentários são bem vindos, porém espera-se que o respeito seja a base fundante dos relacionamentos sociais.