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Sexualidade e gênero na educação infantil.


 

Sexualidade e gênero na educação infantil.

 

Por Marcos Moraes de Paula

 

Resumo

            O presente texto tem como objetivo de discutir como a escola, professores e todos aqueles que estão ligados com o processo educacional, bem como a sociedade lidam com as questões de gênero, sexo e sexualidade na educação infantil, e o problema do preconceito existente quanto ao assunto identidade de gênero na orientação sexual. Atualmente, tem sido muito intensa esta discussão não somente por educadores, mas também por toda sociedade e governo, uma vez que existem posições a favor de que seja introduzido nos currículos escolares infantis o tema em pauta, porém outras alas mais conservadoras tanto de educadores quanto da sociedade são terminantemente contra. Sendo que, o problema central na realidade está na opção sexual do indivíduo. Toda essa discussão está intimamente ligada a heteronormatividade, que durante séculos tem sido considerado o padrão normativo das relações entres os seres humanos.

 

Introdução

           

O tema educação, sexualidade e gênero na educação infantil, começaram a fazer parte das reflexões dos educadores brasileiros com maior ênfase, principalmente, a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, e a posterior publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e dos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil. É muito claro a necessidade e importância desta discussão na atualidade, uma vez que as opiniões quanto ao assunto divergem.

Vamos iniciar nossa jornada a partir da concepção de infância, embora reconhecessem que esta concepção contemporânea foi sendo construída historicamente ao longo dos anos, Analedy Amorim e Maria das Graças, relatam que o sentimento de infância, de preocupação com a educação moral e pedagógica, o comportamento no meio social, são ideias que surgiram já na modernidade o que nos leva a crer na existência de todo um processo histórico até a sociedade vir a valorizar a infância[1]. Um segundo ponto a ser considerado é a questão da conceituação atual dos que defendem a introdução do tema gênero e sexualidade na educação infantil. Gênero que atualmente pode ser definido como, homens e mulheres, masculinidade e feminilidade são produtos da realidade social não em decorrência da anatomia dos corpos.

O conceito distingue a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de macho e fêmea na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e mulher é realizada pela cultura, em outras palavras não existe identidade definida, portanto, gênero é o característico sócio cultural, que é a expressão dessa identidade de gênero que construímos socialmente. Quanto ao sexo como diz Priscila Farfan é, ou pode ser determinado pela questão biológica que é definido pelos cromossomos. Sexualidade como definida no texto de Priscila citando Toneli (2012. P. 152), é da ordem do individuo, diz respeito aos prazeres e as fantasias de cada ser humano, diz respeito ao tipo de pessoa no qual uma pessoa se interessa, ou seja, heterossexual, homossexual ou bissexual. Quanto ao tópico, preconceito de gênero está intimamente ligado ao conceito de heteronormatividade, que aponta que a normalidade nas relações humanas normais, homem gosta só de mulheres e mulheres somente de homens, desta forma não há espaço para outros tipos de relacionamentos. Este pensamento é sustentado pela religião e pela ciência que aponta para a procriação humana.

 

Educação infantil, gênero, sexualidade

           

            A maneira como a infância é vista atualmente é mostrado no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasília, 1998), que vem afirmar que "as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio". Sendo assim, durante o processo de construção do conhecimento, "as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que procuram desvendar". Este conhecimento constituído pelas crianças "é fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação".

 

Ainda convém salientar compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais[2]. Segundo Cacéres, atualmente os estudos provenientes da psicologia têm dado contribuições bastante relevantes, os quais nos permitem conhecer o desenvolvimento infantil nas diferentes áreas e, também, compreender de que forma as crianças constroem seu conhecimento. Essas informações são especialmente importantes, pois delas derivam subsídios fundamentais para a prática pedagógica nos diferentes níveis da escolaridade, na medida em que podem orientar os professores sobre o que as crianças são capazes de descobrir e aprender a cada momento e sobre como aprendem.

            Como podemos observar a criança ao ingressar na escola chega com uma bagagem natural, uma vez que possuem uma natureza própria, porém estão em processo de construção, mesmo chegando a escola com uma “educação familiar” ou seja, uma bagagem de conhecimentos adquiridos na família é no ambiente escolar que essa criança vai desenvolver seus aspectos cognitivos de motricidade e intelectualidade, formando todo seu processo de humanização e interação com o mundo a sua volta bem como, com outros seres humanos de diferentes percepções aprendendo a conviver socialmente, interagindo com processos pedagógicos que vão lhe proporcionar um desenvolvimento intelectual, bem como vivencial.

Desta forma, podemos compreender que a infância inicialmente é uma etapa da vida, porém quando pensada na sua inserção na escola constitui-se num período de preparação para a vida. É neste momento que o professor como um facilitador da aprendizagem da criança, necessita estar atualizado com todo processo psicológico educacional pedagógico, visto que a criança passa a ver o professor como uma referência, um influenciador, é neste período que ela constrói seu próprio universo de conhecimentos e desenvolve sua cosmovisão de mundo e de sua realidade existencial.  

 

            Tradicionalmente, a postura dos professores na educação infantil era transmitir conhecimento e informações as crianças, ou seja, apenas alfabetizar, porém mantendo certo distanciamento, no decorrer da história da educação com a chegada do construtivismo, a valorização do conhecimento da criança no desenvolvimento educacional, onde o professor atua como mediador e o aprendizado se dá pela prática, bem como a valorização das experiências anteriores dos educandos aponta para a necessidade de educadores se atualizarem frente aos desafios principalmente sociais, tecnológicos. É justamente neste ponto de atualização que encontramos a polêmica questão de gênero e sexualidade na educação infantil. Segundo Morgana, Vinicius e Jacques Santos, um dos campos mais favoráveis para o desenvolvimento de projetos de estudos sobre gênero e sexualidade é a esfera educativa, possibilitando uma cidadania mais justa para com a diversidade sexual e de gênero, trabalhando na garantia por espaços mais equânimes e menos sexistas[3].

 

Como já foi dito acima na introdução, gênero na atualidade significa que homens e mulheres, masculinidade e feminilidade são produtos da realidade social não decorrência da anatomia dos corpos, portanto sexo é um atributo biológico, gênero é uma construção social. É importante lembrar que essa discussão é bem atual, visto que por décadas na visão tradicionalista esses temas nunca foram discutidos nem ao menos faziam parte dos currículos escolares o que sempre dominou foi o pensamento heteronormativo.

 

Denise Bastos, Izaura Cruz e Marilu Dantas, apontam que Educação Sexual sempre esteve atrelada às discussões médicas que abordavam principalmente aspectos relativos à reprodução e à prevenção de doenças. Assim, as discussões de sexualidade, no espaço escolar infantil principalmente, têm ficado, tradicionalmente, restritas às disciplinas de Ciências e Biologia, como se as questões da sexualidade estivessem restritas apenas a aspectos anatômicos e fisiológicos. Assim, aspectos relativos à cultura e ao próprio ordenamento da sociedade são deixados de lado[4]. Destacamos que o conceito de gênero e toda essa discussão, que no momento tem sido considerado no âmbito escolar teve início com a luta feminista nos anos de 1970 para questionar diferenças de comportamento, competências, preferências de homens e mulheres baseados pela biologia e anatomia dos corpos.  Morgana, Vinicius e Jacques Santos, destacam que esses debates permanecem na sociedade como sendo cristalizados, de um pensamento que se mantém através das gerações e por um discurso naturalista sobre as identidades de gênero. Sabendo disto, torna-se fundamental o estudo mais aprofundado sobre como essas ideias estão sendo levantadas e orientadas pelos professores/as no ambiente escolar[5]. É preciso considerar que por mais argumentos contextualizados que tenhamos a favor ou contra a ideologia de gênero que na realidade é o foco de toda essa discussão, a educação infantil sempre esteve ligada a formação do cidadão para uma vida ligada ao profissionalismo ao cumprimento das suas funções sociais de cidadão que devem respeitar as leis, ou seja ser um bom cidadão.  

 

É justamente por ser um assunto cristalizado que precisamos levar em conta que são décadas de pensamento educacional tradicional distanciado de temas como sexualidade e gênero. Várias gerações anteriores a nossa aprenderam que homem e mulher são definidos pela realidade biológica, mas agora com a introdução do conceito de gênero, que advoga que gênero é construído sem base na realidade biológica, ou seja, não existe identidade fixa, isto se dá a partir da escolha de cada um, e é na educação infantil que você deve ensinar a crianças que elas podem ser o que quiser, creio que isto não é apenas  questão do preparo do professor ou não. Imagine, chegarmos para pais de alunos tradicionais outros religiosos no momento de construir o projeto político pedagógico e dizer que agora vamos introduzir no currículo escolar infantil uma nova cartilha para ajudar a seus filhos a decidirem que tipo de gênero eles querem ser, menino ou menina, etc., isto devido ao modo padrão social idealizado por movimentos sociais de classes “não é fácil”. Faz-se necessário um planejamento que busquem estratégias para desenvolvermos um trabalho que respeite a todos, os que são favoráveis e os que são contrários e isto não é uma tarefa fácil, uma vez que se analisarmos a história não somente da educação como também dos povos teremos a triste constatação de que o preconceito sempre fez parte da vida humana, e erradicar essa ideia e quase que um milagre a ser alcançado.

 

Considerações finais

 

Não creio que a sociedade brasileira esteja totalmente preparada para tal intervenção, ou seja trabalha incluir definitivamente a questão de gênero, sexualidade nos currículos infantis. Levando-se em conta que no Brasil a discriminação raça e etnia, religião, sexo/gênero, classe social etc., são tão evidentes. Porém, creio que a escola como uma instituição de preparo como observamos acima, pode atuar de forma positiva nessa discussão, criando projetos que possam ajudar na formação de uma nova mentalidade para as futuras gerações, uma mentalidade tolerante, justa e igualitária, que tenha como princípio fundante o respeito ao próximo, mas para isso precisamos de profissionais que estejam bem preparados para esse grande desafio.

 

Referências

 

ESTUDOS CULTURAIS E ANTROPOLÓGICOS: GÊNERO, SEXO E SEXUALIDADE. Priscila Farfan Barroso

EDUCAÇÃO, SEXUALIDADE E GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:UMA ARTICULAÇÃO POSSÍVEL E NECESSÁRIA.

Gladimar Mariano Cáceres

GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O que pensam as professoras e professores sobre o tratamento de meninos e de meninas na escola?

 Morgana Larissa Maciel Henrique/Vinicius Silva Santos/Jacques Fernandes Santos.

A CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA NA VISÃO PHILIPPE ARIÈS E SUA RELAÇÃO COM AS POLITICAS PÚBLICAS PARA A INFÂNCIA.

Analedy Amorim Barbosa/Maria das Graças S. Dias Magalhães.

GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA. E-BOOK. Denise Bastos, Izaura Cruz e Marilu Dantas. https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:g9ZTllERCHIJ:https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/430947/2/eBook_Genero_e_Sexualidade_na_Escola.pdf.

GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA. Lucimar da Luz Leite/Eliane Rose Maio.

Um comentário:

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